quarta-feira, 8 de outubro de 2008

DOENÇAS CARDIOVASCULARES -UM PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA NA REGIÃO AFRICANA


A incidência das Doenças Cardiovasculares está a aumentar rapidamente em África tornando-se um problema de saúde pública na Região africana. Esta constatação vem expressa num documento da Divisão das Doenças Não Transmissíveis da OMS/AFRO apresentado durante a 52ª sessão do Comité Regional o qual refere que o crescimento das doenças cardiovasculares no continente está ligado à adopção de estilos de vida que, em conjunto com outros factores aumentam a possiblidade da sua contracção.
Entre os factores de risco bem definidos para as doenças cardiovasculares destacam- se a hipertensão arterial, o tabagismo, inactividade física, alimentação pouco saudável, colesterol elevado,o consumo excessivo de álcool e diabetes.
Entretanto, de acordo com o Relatório Mundial da Saúde 2001, as doenças cardiovasculares foram responsáveis por 9,2% do total das mortes na Região em 2000( mais do que as mortes provocadas pelo paludismo) em comparação com 8,15 % em 1990.
Como reforçar as capacidades dos Ministérios da Saúde de forma a permitir-lhes o desempenho de uma abordagem multisectorial para a redução dos factores de risco?
A resposta a esta e a outras questões marcaram os acesos debates da mesa redonda sobre Doenças Cardiovasculares através da redução dos factores de risco, realizada sexta feira,11 de Outubro de 2002, em Harare, Zimbabwe na qual tomaram parte Ministros da saúde da Região africana, Representantes da OMS e de outras agências das Naçoes Unidas, organizações bilaterais, multilaterais e não governamentais.
Os participantes recomendaram a formulação e aplicação de políticas nacionais e planos de acção tendo em conta a vigilância, a prevenção e o controlo das Doenças Não Transmissíveis em geral e a redução dos factores de risco e abordagem multisectorial em particular.
Recomendou-se igualmente o estabelecimento de uma Unidade ou departamento a nível dos países para a prevenção e controlo das doenças não transmissíveis, a legislação e regulamentação de medidas como o aumento das taxas ou impostos sobre a venda do tabaco e álcool visando a redução do seu consumo e o financiamento de programas que ajudem as populações a adoptarem estilos de vida mais saudáveis.
Quanto à obtenção de dados fiáveis sobre os factores de risco das doenças cardiovasculares na Região africana os delegados concordaram que sejam organizadas em bases periódicas inquéritos a nível nacional usando uma abordagem que providencie métodos sequenciais, flexíveis e de custos eficazes. A este propósito e na sequência das deliberaçðes os delegados recomendaram a criação de uma cultura institucional de investigação sistemática e informação sobre os factores de risco através de todas as instituições sanitárias. Os delegados solicitaram a assistência da OMS aos países para a criação de capacidades no domínio da recolha de dados e da gestão de programas sobre doenças cardiovasculares, e:
encorajar a investigação operacional sobre a magnitude dos factores de risco e das doenças cardiovasculares nas comunidades
Integrar as doenças não transmissíveis no sistema de vigilância integrado das doenças transmissíveis
Melhorar a operacionalidade das instituições sanitárias facilidades e capacidade dos trabalhadores de saúde relativamente à avaliação e controlo dos factores de risco.
Alguns passos foram dados na luta pela prevenção e controlo das doenças cardiovasculares através da redução dos factores de risco, nomeadamente, a adopção de duas Estratégias regionais para a promoção da saúde e prevenção do controlo de doenças não transmissíveis que visam uma abordagem abrangente dos factores de risco inter-relacionados.
Como assegurar que as infra-estruturas de cuidados de saúde adequados e os profissionais de saúde e médicos vençam o desafio apresentado pelas doenças não transmissíveis em geral e pelos factores de risco das doenças cardiovasculares em particular?
Em resposta a estas questões os delegados propuseram a criação de um orçamento próprio para as doenças não transmissíveis a nível dos países que esteja em concordância com a magnitude do problema.
O aumento significativo das doenças cardiovasculares e as suas relações causais com os estilos de vida pouco saudáveis foi completamente reconhecido pelos participantes. A capacidade de enfrentar a actual situação através da redução dos factores de risco foi enfatizada como sendo factível com boa relação custo- eficácia.
A este propósito os delegados recomendaram a garantia de viabilidade de medicamentos nos centros de saúde bem como a promoção da cooperação entre países e a rede de gestão das doenças cardiovasculares. Ressaltaram igualmente a importância da disponibilidade em equipamentos básicos para avaliação dos factores de risco a nível dos cuidados primários de saúde e a melhoria do diálogo institucional e de comunicação entre especialistas e outros trabalhadores de saúde. Flavia

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